Dermatobiose
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A dermatobiose ou miíase furuncular é uma doença de pele parasitária que atinge cães, gatos e outros mamíferos – incluindo seres humanos – causada pelas larvas da mosca Dermatobia hominis. É popularmente conhecida como “berne”, em referência ao estágio larval da mosca que se alimenta na pele dos mamíferos. Sua distribuição inclui todo o território brasileiro, podendo ter diferentes intensidades de ocorrência a depender das condições climáticas de cada local que favoreçam a proliferação do vetor e as suas oportunidades de contato com os hospedeiros.
Cães e gatos de qualquer raça, sexo ou idade podem a desenvolver a doença. Pets próximos a ambientes silvestres como florestas, matas ou fazendas apresentam a doença com maior frequência, no entanto, sua ocorrência também é comum em animais que habitam áreas urbanas. A doença é mais rara nos gatos devido ao seu hábito de higienização da pelagem frequente, porém eventualmente pode ocorrer.
A doença se manifesta na forma de nódulos no corpo do animal, contendo uma ou mais larvas, com um furo central que é utilizado para respiração do parasita. Em alguns casos, se houver a remoção do berne de maneira inadequada ou morte da larva sem que seja removida do animal, o nódulo pode tornar-se encapsulado e adquirir aspecto firme semelhante a um abscesso.
A mosca do berne normalmente não deposita seus ovos diretamente nos cães e gatos, mas utiliza moscas vetores, como a mosca dos estábulos (Stomoxys calcitrans), mosca doméstica (Musca domestica) e mosca dos chifres (Haematobia irritans), que carreiam seus ovos até o hospedeiro. Os animais de pelo escuro são mais afetados que aqueles de pelo claro, pois estes vetores são mais atraídos pela reflexão da cor preta.
O ovo é capaz de penetrar a pele íntegra ou ferida dos cães e gatos. Em cerca de sete dias, a larva eclode por estímulos de temperatura adequada e habita a pele do animal. Esta larva ou berne possui espinhos em metade de seu corpo, de maneira a fixar-se no interior da pele do cão ou gato, e posiciona parte do seu corpo em comunicação com um orifício externo para realizar sua respiração. Sua atividade é principalmente noturna, momento em que o pet pode sentir mais dor pela movimentação do parasita.
As larvas alimentam-se dos tecidos vivos do hospedeiro em média por 40 dias e, posteriormente, caem no chão, passando para o estágio de pupa. Após 34 a 78 dias, as pupas viram adultos, com a capacidade de fecundar algumas horas depois esta transformação.
Além dos danos primários de dor e incômodo que causa aos pets, a ferida provocada pelos bernes pode predispor à infecção bacteriana secundária da pele ou infestação por larvas de “bicheira” (Cochliomiya hominivorax), que necessitam de uma lesão de pele inicial para instalar-se nos animais. Tanto a bicheira quanto o berne podem ser denominados como “miíases”.
A inflamação e dor pela infestação podem também acarretar na depressão do sistema imunológico do pet, predispondo a ocorrência de outras doenças de pele ou sistêmicas.
- Penetração ativa (das larvas)
Recomendamos levar o seu pet a um médico veterinário para um diagnóstico preciso