É emergencial
Afeta cães e gatos
Não transmissível para humanos
Não é contagiosa
Pode exigir exames complementares
Castração não influencia
Tudo sobre:
Domissanitários são produtos químicos de uso domiciliar ou industrial que visam limpar, desinfetar ou desodorizar os ambientes. Possuem composição e toxicidade muito variada.
A ocorrência de intoxicação por esses tipos de componentes não é tão frequente quanto os demais (medicamentos, venenos, dentro outros), mas quando ocorre, a frequência é superior em cães por serem mais curiosos e em animais mais jovens. Felinos possuem paladar extremamente seletivo, quando a intoxicação acontece geralmente é na forma tegumentar ou pela ingestão no momento da auto-limpeza.
A falta de instrução dos tutores sobre os riscos destes produtos aos animais, do adequado armazenamento e da impossibilidade de reutilização dos frascos como substitutos de comedouros e bebedouros, são os fatores mais comuns para a ocorrência da intoxicação.
Dentre os compostos mais comuns na casuística de intoxicação na prática clínica podemos citar:
-Formaldeídos: sendo o maior representante o formol, um componente extremamente irritante aos olhos e mucosas e que possui potencial carcinogênico.
-Fenóis: incluem os antissépticos, alguns exemplares de detergentes domésticos e desinfetantes. O maior vilão na rotina, clínica que inclui este grupo, é a creolina. São produtos facilmente absorvíveis pelo trato gastrointestinal, mas a absorção através da pele é limitada. Gatos são os animais de maior risco quando expostos a esses componentes, pois apresentam deficiência na principal enzima responsável pela metabolização de toxinas.
-Sabão em pedra: frequentemente utilizado para dar banhos nos animais, por isso, as intoxicações mais comuns decorrem de seu uso tópico crônico e os sinais clínicos geralmente envolvem alterações dermatológicas.
-Desinfetantes: de uso comum especialmente devido a seu baixo custo e fácil utilização. Quando os animais entram em contato com esses produtos podem apresentar irritação e corrosão das mucosas.
-Álcool (etanol): facilmente absorvível pelo sistema gastrointestinal e culmina na desidratação e ressecamento da camada de pele e órgãos do indivíduo.
-Terebentina: componente derivado da extração do pinho, no dia a dia é utilizada como solvente para tintas. É responsável pela mais grave das intoxicações por domissanitários por ser altamente irritante e facilmente absorvida pela pele e pelo trato respiratório.
-Álcalis: principal representante a soda cáustica, muito utilizada para limpeza de fornos ou para desentupir componentes. Quando em contato com a pele ou mucosas causa necrose (morte) e perda tecidual severa.
As intoxicações podem ocorrer pelas mais diversas vias: oral, respiratória, cutânea e ocular. A oral e a cutânea são as mais comuns em pequenos animais.
-Não se aplica
Por ser um grupo caracterizado por diversos produtos com as mais distintas composições químicas e potenciais tóxicos, são inúmeras as formas de manifestações clínicas que os animais podem apresentar. Abaixo, estão citadas as manifestações mais recorrentes e de forma geral (podem ocorrer isolados ou em conjunto):
- Hiperventilação
- Alcalose respiratória
- Irritação e ulceração da pele e das mucosas
- Tremores
- Icterícia
- Edema ou espasmo de laringe
- Edema pulmonar
- Dermatites
- Reações de hipersensibilidade
- Náuseas
- Êmese
- Diarreia
- Dor abdominal
- Lacrimejamento dos olhos
- Queimaduras
- Hiperemia
- Dispneia
- Sialorreia
- Hipotensão
- Choque
- Coma
- Pneumonite química
- Eczemas
- Fotofobia
- Congestão
- Convulsão
- Hiperexcitabilidade
- Ataxia
- Hipoglicemia
- Euforia seguida de irritabilidade
- Taquicardia
- Taquipneia
- Cianose
*Vale ressaltar que os sinais clínicos variam de acordo com a agressividade do produto químico, bem como pela forma como os animais foram intoxicados e a quantidade.
-Anamnese, com histórico detalhado, associada aos sinais clínicos a exames complementares. O(a) médico(a) veterinário(a) pode solicitar/ realizar:
- Hemograma completo
- Ureia
- Creatinina
- ALT - TGP
- AST - TGO
- Fosfatase alcalina (FA)
- Glicemia
- Ultrassonografia emergencial (AFAST, TFAST, Vet BLUE)
Observação: A realização e a definição de necessidade de exames complementares são decisões do(a) Médico(a) Veterinário(a).
O tratamento fundamenta-se em impossibilitar a absorção da toxina, eliminar o máximo possível do que já se foi absorvido e fornecer terapia de suporte.
As abordagens variam principalmente pelo mecanismo de ação da substância química e a forma de contato. Abaixo, detalharemos os protocolos mais comuns nas mais distintas formas de absorção.
Quando ocorre a ingestão do produto, recomenda-se a realização fluidoterapia intensa para reequilíbrio hidroeletrolítico e manutenção do(a) paciente em decúbito lateral, a fim de se evitar eventuais aspirações caso ocorram episódios de êmese.
Em casos de ingestão de domissanitário conhecido, que não se enquadra como substância cáustica ou ácida, e que ocorreu em menos de quatro horas, recomenda-se a indução de êmese ou lavagem gástrica. Além disso, pode-se fornecer adsorventes, como o carvão ativado, e/ ou catárticos para acelerar a eliminação gastrointestinal, assim como fármacos para proteger mucosas e hepatoprotetores.
Quando há o contato com os olhos, é fundamental realizar lavagem abundante com água filtrada, com posterior fornecimento de analgésicos tópicos e medicações anti-inflamatórias caso necessário.
Ao inalar o componente, sugere-se como tratamento oxigenoterapia intensa, manter animal em local fresco e bem ventilado e, ocasionalmente, fornecer broncodilatadores.
Quando o contato ocorre diretamente na pele, a principal recomendação é o banho com água em temperatura ambiente ou levemente fria (para evitar vasodilatação e reduzir a absorção da substância química). O banho deve durar pelo menos 30 minutos e quando a substância for oleosa deve-se adicionar sabonete líquido neutro para auxiliar na remoção. Durante todo o processo devemos nos atentar à temperatura corpórea no animal a fim de não permitir a ocorrência de hipotermia.
Independentemente da forma de contato, é importante sempre monitorar os parâmetros vitais do animal, especialmente nas primeiras 48 horas após a intoxicação, efetuar o manejo cardiovascular e neurológico, oxigenioterapia, fluidoterapia e rápida reintrodução alimentar, pois o jejum reduz a capacidade de metabolização do animal, tornando mais tardia a eliminação da substância tóxica. Suporte sintomático também é necessário, seguindo os sinais clínicos apresentados, usando fármacos como: antieméticos, anticonvulsivantes, glicose intravenosa, analgesia, regulação térmica, dentre outros.
Manter os produtos adequadamente armazenados e longe do acesso dos animais domésticos, não reutilizar os frascos de produtos de limpeza como bebedouros e/ ou comedouros e observar os rótulos visando adquirir produtos minimamente tóxicos.
É importante que o(a) responsável por animais de estimação busque informações confiáveis a respeito do grau de toxicidade dos diferentes produtos químicos utilizados no dia a dia a fim de prevenir possíveis ocorrências de intoxicações. E ao observar qualquer alteração de comportamento ou ainda ingestão de algum produto químico, o(a) tutor(a) deve levar o animal imediatamente para atendimento médico. Intervenções médicas rápidas aumentam as chances de salvar a vida do(a) paciente.
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MORAES, Mário A P et al. Casos de intoxicações exógenas em cães e gatos atendidos na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense durante o período de 2002 a 2008. Ciência Rural, Santa Maria, 2009.
ZARDO, Izadora Loeff. Pneumonia Química Devido à Intoxicação por Querosene em Gato. 2017. 41 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em medicina veterinária) - Universidade Federal de Santa Catarina, Curitibanos, 2017.
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