Ototoxicidade
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Alguns medicamentos tópicos ou sistêmicos têm potencial tóxico para as células responsáveis pela audição e responsáveis pelo equilíbrio. Esses efeitos colaterais indesejáveis podem afetar cães, gatos, roedores e outros animais, inclusive o homem, e é isso que se chama de ototoxicidade. A ototoxicidade de um medicamento tem relação com a quantidade aplicada (dose), frequência, espécie, com o uso associado a outros medicamentos (como os diuréticos, por exemplo) e até mesmo com o fator individual. Os efeitos colaterais não desejáveis desses medicamentos vão desde a perda gradativa de audição, nefrotoxicidade, até distúrbios vestibulares que levam à perda do equilíbrio e morte. Muitas vezes, as perdas auditivas são imperceptíveis e a identificação da ototoxicidade negligenciada.
Dentre os medicamentos com potencial ototóxico, podemos citar os antibióticos aminoglicosídeos, a furosemida, salicilatos, drogas antineoplásicas com platina na composição, detergentes como a clorexidina e substâncias alcoólicas usadas em tímpanos rompidos ou muito inflamados.
Os antibióticos aminoglicosídeos como a gentamicina, por exemplo, podem lesionar as células ciliadas cocleares levando a perdas de audição. Além dos danos auditivos, os aminoglicosídeos são nefrotóxicos e podem levar à insuficiência renal quando em uso prolongado. Esses medicamentos também podem atravessar a barreira placentária e gerar distúrbios auditivos também nos fetos.
A cisplatina, um antineoplásico muito utilizado como tratamento para tumores, promove perdas auditivas bilaterais, progressivas e profundas que podem chegar a 100% quando em tratamentos prolongados, além de ser nefrotóxico.
A furosemida, diurético muito utilizado para redução de edemas e tratamento de hipertensão, pode causar lesões nos tecidos não sensoriais do ouvido interno e estudos demonstram que as perdas auditivas decorrentes do uso prolongado deste medicamento são relacionadas à redução do potencial endococlear e redução do potencial de ação do nervo vestibulococlear, principalmente em cães, gatos e cobaios. Os danos parecem ser reversíveis em caso de descontinuidade do uso. Outros medicamentos ototóxicos incluem a polimixina B, antibiótico utilizado como tratamento de doenças do trato urinário, e o ácido etacrínico, que é um diurético.
Esses medicamentos podem provocar ototoxicidade em animais de quaisquer idade, raças e gênero. Geralmente os cães apresentam sinais mais característicos de perda auditiva, enquanto os gatos demonstram sinais vestibulares.
-Não se aplica
Recomendamos levar o seu pet a um médico veterinário para um diagnóstico preciso