Anomalia Vascular Portossistêmica Congênita ou Shunt portossistêmico
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Também conhecida como Desvio Portossistêmico ou Shunt portossistêmico, a anomalia vascular portossistêmica é uma doença hereditária e congênita que ocorre devido à presença de um vaso anormal entre a circulação do fígado e os demais órgãos do corpo. Como o fígado tem conexão direta com a veia porta, as anomalias vasculares tendem a ser entre essa veia e outros vasos da chamada grande circulação, ou seja, vasos que irrigam e drenam todo o organismo. Essa doença pode ocorrer pela presença de apenas um vaso ou múltiplos vasos sanguíneos anormais, com diversas diferenças de localização, todas culminando com uma falha na eliminação de metabólitos pelo organismo. O sangue que corre pela veia porta carrega conteúdos drenados do estômago, intestino, pâncreas e baço, quando há presença desses vasos ocasionando um desvio, não havendo metabolização pelo fígado e metabólitos tóxicos passam de maneira direta para a circulação sistêmica, gerando um caso de intoxicação endógena (quando o agente tóxico é produzido e circula no próprio organismo).
A doença afeta tanto o fígado, que fica sobrecarregado e sofre com problemas circulatórios, quanto os demais sistemas, principalmente o sistema nervoso, que é o mais afetado pelo acúmulo de substâncias tóxicas no sangue. O paciente portador dessa anomalia já nasce com o problema, pois é durante o desenvolvimento fetal que a alteração ocorre. Apesar disso, os sinais e o diagnóstico são realizados mais frequentemente em animais adultos, a partir do primeiro ano de vida. Em alguns pacientes, dependendo da gravidade da anomalia, sinais inespecíficos podem permanecer durante anos até que a possibilidade de anomalia vascular portossistêmica seja avaliada e, por fim, realizado diagnóstico em pacientes com mais de três anos. É preciso entender que a doença já está presente no nascimento e no filhote, mas as manifestações que chamam atenção e o diagnóstico ocorrem mais nos adultos.
Estes desvios podem ser divididos em intra-hepáticos, quando os vasos anormais estão localizados no fígado, e extra-hepáticos, com a circulação inadequada ocorrendo entre vasos fora do órgão, mas relacionados a ele. Sabe-se que a alteração ocorre no desenvolvimento embrionário do feto e que a doença tem caráter genético, ou seja, os genes responsáveis por essa alteração podem ser passados para os filhotes de animais portadores. Embora seja muito mais comum nos cães, os gatos também podem ser acometidos por essa alteração e acredita-se que a doença não é diagnosticada da forma adequada nessa espécie, por isso os relatos são mais escassos. Nos caninos, as raças miniaturas são as mais predispostas, especialmente o Yorkshire Terrier. Em felinos, os poucos relatos apontam o Persa e demais raças braquicefálicas como mais comumente acometidos. Não existem pesquisas que comprovam a predisposição em relação à fêmeas e machos.
- Congênita
- Hereditária
Recomendamos levar o seu pet a um médico veterinário para um diagnóstico preciso