Estenose das valvas atrioventriculares
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As valvas ou válvulas atrioventriculares são estruturas localizadas entre os átrios e os ventrículos, separando as câmaras cardíacas, e têm como função de impedir o refluxo (retorno) sanguíneo. A valva atrioventricular direita está localizada entre o átrio e ventrículo direito, e é denominada “valva tricúspide”, uma vez que é formada por três “cúspides/ folhetos”. Já a valva atrioventricular esquerda é denominada “valva mitral”, e encontra-se entre o átrio e o ventrículo esquerdo, sendo formada por dois “folhetos/ cúspides”.
A estenose da valva mitral é um estreitamento que ocorre em seu orifício, e pode ter origem congênita ou ser adquirida ao longo da vida, resultando ao longo do tempo em obstrução do fluxo sanguíneo e insuficiência valvar.
Em cães, ao contrário da endocardiose, a estenose da valva mitral é extremamente rara. Um estudo realizado com 76.301 cães com doenças cardíacas em que se avaliou as alterações existentes, nenhum animal apresentou estenose da valva mitral.
Quando a estenose se torna muito grave, ela pode resultar em diversas alterações, com consequente insuficiência cardíaca congestiva (ICC) esquerda, que é a incapacidade do coração de bombear adequadamente o sangue do átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo, resultando em quadros de hipóxia e edema pulmonar, entre outros. Uma das causas de estenose da valva mitral é a formação e presença de trombose intracardíaca, que pode ocorrer secundariamente às neoplasias cardíacas.
Tanto nos cães como nos gatos, a causa e a ocorrência da estenose mitral adquirida é desconhecida. Além disso, quando diagnosticada em animais idosos, é frequentemente impossível diferenciar estenoses adquiridas das congênitas. Nos felinos, a estenose da valva mitral também é rara, existindo poucos relatos na literatura.
Não há predileção de sexo ou idade, além disso, a doença pode acometer qualquer raça, inclusive animais sem raça definida. Porém, há autores que relatam uma possível predisposição em cães das raças Terra Nova e Bull Terrier.
A estenose da valva tricúspide é ainda mais rara em animais domésticos, ocorrendo também raramente em seres humanos como uma complicação da colocação de chumbo endocárdico. Foi relatado um caso na literatura de estenose da valva tricúspide em um cão Border Collie de seis anos, devido às aderências formadas secundariamente à colocação de marcapasso de chumbo endocárdico, quando o animal tinha apenas três meses de idade.
Em felinos domésticos, a estenose da valva tricúspide é raríssima. Em ambas as espécies, as informações sobre predisposição racial, de faixa etária ou de sexo é escassa.
-Não se aplica
Recomendamos levar o seu pet a um médico veterinário para um diagnóstico preciso