Febre Q
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A febre Q é uma zoonose distribuída mundialmente provocada por uma bactéria conhecida como Coxiella burnetii. Esta pode ser observada em animais domésticos, artrópodes (principalmente carrapatos), aves, roedores e marsupiais.
Normalmente não causa manifestações clínicas nestes animais, embora já tenham sido descritos casos de abortos e infertilidade em bovinos, caprinos e ovinos relacionados com infecção por este agente, o qual é excretado na urina, fezes e urina dos animais infectados.
Bovinos, caprinos e ovinos são os reservatórios primários de C. burnetti. Estes animais eliminam a bactéria para o meio ambiente através de urina, fezes, leite e secreções uterinas. Ela encontra-se em grande quantidade na placenta e líquidos amnióticos. Além disso, infecções provocadas pela febre Q têm sido associadas a abortos em gatas.
Existem poucos relatos da doença no Brasil provavelmente por possuir sintomatologia inespecífica. É uma enfermidade de notificação obrigatória da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), porém não é reconhecida como de notificação obrigatória para humanos pelo Ministério da Saúde.
Em seres humanos pode se manifestar de forma aguda auto limitante (na maioria dos casos permanecendo assintomática), caracterizada por curso rápido e prognóstico bom, ou de forma crônica, normalmente localizada, grave ou potencialmente fatal. Em cerca de um por cento dos casos a Febre Q crônica pode desenvolver inflamação hepática (no fígado) ou endocardite valvular (inflamação no coração). Raramente manifesta-se como encefalite (inflamação do encéfalo) ou meningoencefalite (inflamação do encéfalo e meninges).
O principal modo de contaminação de seres humanos é pela inalação de aerossóis contaminados da urina, leite, fezes, lã, líquido amniótico, placenta e produtos de abortamento. A transmissão por meio de carrapato pode ocorrer entre os animais, contudo não há evidências da transmissão para humanos. Há relatos de cães positivos para esta doença, porém a transmissão zoonótica não foi confirmada.
A infecção de gatos é verificada mais comumente após exposição a carrapatos, ingestão de carcaças contaminadas ou exposição a aerossóis de ambientes contaminados. Assim, humanos que possuem contato direto com gatos infectados podem contrair a enfermidade através de exposição a aerossóis com o organismo eliminado por gatas durante o parto ou abortos.
É importante lembrar da exposição ocupacional de pessoas que lidam com animais de produção pelo contato com o leite, restos placentários de animais nascidos e produtos de abortos. A transmissão entre pessoas é incomum, porém são relatados na literatura transmissão por meio de sêmen ou transfusões sanguíneas.
- Aerossóis (humanos)
- Picada de artrópode - carrapato (animais)
- Contato direto
- Ingestão de alimento contaminado - leite cru/ derivados do leite (humanos)
Recomendamos levar o seu pet a um médico veterinário para um diagnóstico preciso